NÃO É À TOA QUE
SE CHAMA MALDIÇÃO. Todas as consequências de seus atos caíram impensados caíram
sobre os ombros de Elektra de uma vez, junto com as marcas que ganhou de seu
tio. As coisas mudaram de patamar, completamente. Sua relação com Raikou ruiu
ao conhecerem finalmente a tão falada profecia que os unira – ou quase isso.
Mesmo assim, a obstinação de Elektra em se livrar das dores, marcas e espíritos
lançou os dois em uma jornada pelos Cinco Impérios à procura das pedras
sagradas, onde encontraram criaturas amáveis e detestáveis em mesma proporção.
O segundo volume da trilogia da lenda mostra o crescimento de Raikou e Elektra
ao longo de um ano, e abre as portas para sua conclusão. Maldições podem ser
revertidas, profecias não.
Continuação direta do livro
I, Ethernia (leia aqui a
resenha), Maldição conserva as características do primeiro tomo da trilogia,
com uma narrativa dinâmica, diálogos naturais, e personagens que, apesar de
fantasiosos, são verossímeis em suas atitudes e sentimentos.
No entanto, o Livro II se
diferencia de seu antecessor pela ampliação do universo. Se no primeiro livro
ficamos limitados aos reinos de Ethernia e Raython, aqui, a jornada de Elektra
e Raikou nos leva por uma série de reinos fantásticos, apresentando em cada um
deles novos personagens, cada qual com suas peculiaridades bem traçadas. Elfos,
sereias, anões, harpias, salamandras, são tantas criaturas e mundos novos que
tornam a leitura ainda mais rápida e dinâmica.
Os novos personagens que
surgem, alguns com uma pequena participação, outros com uma importância maior,
são tão interessantes quanto os protagonistas, e guardam seus mistérios e conflitos.
Destaque para o pequeno Hyde, que traz um vocabulário peculiar e divertido, que
nos faz pensar por que os meninos de rua das novelas falam português tão perfeitamente.
A evolução dos personagens,
dada através de um pequeno salto temporal, também deixa a história mais
interessante, porém, conservando a personalidade de cada um dos protagonistas.
Além de trazer todos esses
elementos novos, a autora permanece construindo com habilidade mistérios
instigantes, que se revelam aos poucos, chamando o leitor para história e não
deixando que ele sequer pense em abandonar a leitura. Muitas perguntas são
respondidas, mas alguns mistérios ficam no ar, sendo um ótimo chamariz para
concluirmos logo a leitura da trilogia.
O epílogo apresenta uma série
de mudanças em certo espaço de tempo, que oferece novos rumos à trama,
impedindo que a continuação seja uma repetição cansativa dos mesmos conflitos.
A história continua, mas se renova, sem se repetir. E a narração em primeira
pessoa do prólogo e epílogo faz com que estes se diferenciem do restante da
narrativa, introduzindo com competência o leitor que guardou um período maior
de tempo entre o livro I e II, e fechando o tomo com um gancho para terceiro e
ultimo volume da trilogia.
Kamila Zöldyek deve
continuar sempre escrevendo, pois, apesar de tratar de elementos conhecidos e
criaturas já existentes na literatura, encontrou uma identidade própria ao
escrever um romance com clima de mangá e tornar uma fantasia épica algo leve e divertido,
apesar de todos os litros de sangue derramado.
Leitura super recomendada.
Assista ao Booktrailer de
Maldição.
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