CAPÍTULO 1: A escolha da obra
A escolha da obra a ser realizada é uma importante etapa
para que seu superfaturamento seja bem sucedido. Pois o projeto deve, ao mesmo
tempo, agradar aos eleitores, e possibilitar um grande orçamento.
Muitos administradores caem na armadilha de se aproveitar de
obras de pequeno vulto, crendo que, por serem insignificantes diante o
orçamento total do órgão, não vão ser notadas. Mas esse é um grande erro.
A reforma de uma praça não pode se arrastar por meses sem
levantar desconfiança. Já uma grande obra, como a duplicação de uma extensa
via, construção de túneis e viadutos, entre outras, pode se estender por todo
um mandado, visto que sua amplitude e alto grau de complexidade confunde o
cidadão, que não pode ter certeza se a demora é normal ou não.
Vejamos um exemplo prático de superfaturamento inteligente:
Ex. 1: A prefeitura de uma pequena cidade do interior inicia
uma obra para a construção de um ginásio poliesportivo.
·
A obra é de grande porte, o que possibilita o
desvio tanto de recursos, quanto de material;
·
A duração pode ser estimada, mas não pela
população humilde e leiga, que além de ficar feliz com o novo ginásio, dará
vivas ao prefeito por gerar mais empregos na cidade;
·
A manutenção do ginásio, depois de pronto, passa
a se tornar uma fonte contínua de escoamento de recursos para o administrador.
O exemplo acima nos mostra que, mesmo em cidades pequenas,
com baixos orçamentos e população predominantemente de baixa renda, é possível
executar obras de grande vulto e desviar uma grande quantidades de recursos sem
chamar a atenção dos eleitores.
Agora tomemos um exemplo de uma tentativa infeliz de
superfaturamento:
Ex. 2: Prefeitura de uma cidade de médio porte começa a
reforma de uma praça a dois quarteirões da residência do prefeito, na área
nobre do município.
·
A obra é de pequeno vulto e de rápida execução,
o que chamará a atenção da população e da imprensa para o seu prolongamento
injustificado;
·
A proximidade da casa do administrador levantará
suspeitas, principalmente se na residência for iniciada também uma reforma;
·
Mesmo que a irregularidade não possa ser
provada, as suspeitas podem manchar a imagem do prefeito diante de seus
eleitores, o que pode diminuir suas chances de reeleição.
Adolf Hitler dizia que “as
grandes massas cairão mais facilmente numa grande mentira do que numa
mentirinha”. E os exemplos que estudamos acima corroboram perfeitamente com
tal afirmação. Quando se tem o intuito de ludibriar um grande número de
pessoas, quanto maior o engano, mais difícil de ser descoberto.
RESUMO
Nesse capítulo aprendemos como escolher a obra perfeita para
desviar recursos de forma eficiente e discreta. Também aprendemos que para
enganar os eleitores é preciso pensar grande, e que pequenas mentiras não vão
longe, enquanto as grandes dificilmente são questionadas.
Recapitulando: para um superfaturamento bem sucedido, quanto
à escolha da obra, os seguintes requisitos devem ser preenchidos:
1.
Escolher uma obra de grande porte;
2.
Observar o interesse da população;
3. Pensar no futuro, garantindo que o
empreendimento, depois de concluído, demandará uma manutenção dispendiosa, o
que proporcionará novos desvios.
No próximo capítulo, estudaremos sobre a escolha da equipe
de trabalho.
Se preferir, leia abaixo ou baixe o arquivo pdf AQUI.
escolher uma grande obra? Tipo BRT??? Ai, Samuel, eu estou tão revoltada com esse BRT, porque além de achar que vai ser inútil e encarecer o transporte público, virou uma obra eterna, que não acaba nunca, e tem vários trechos que já foram refeitos mais de uma vez. E ninguém fala nada, afff
ResponderExcluirei pessoinha, não sei se você gosta de responder Tag, porque tem gente que não gosta. Te indiquei pra uma, de livros nacionais, mas fica a vontade,
ResponderExcluirbjus
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