terça-feira, 5 de agosto de 2014

[Resenha] O Castelo das Águias "Ana Lúcia Merege"


O Castelo das Águias é um lugar especial. Localizado nas Terras Férteis de Athelgard, região habitada por homens e elfos, abriga uma surpreendente Escola de Magia, onde os aprendizes devem se iniciar nas artes dos bardos e dos saltimbancos antes de qualquer encanto ou ritual.

Apesar de sua juventude, Anna de Bryke aceita o desafio de se tornar a nova Mestra de Sagas do Castelo. Aprende os princípios da Magia da Forma e do Pensamento e tem a oportunidade de conhecer pessoas como o idealizador da Escola, Mestre Camdell; Urien, o professor de Música; Lara, uma maga frágil e enigmática, e o austero Kieran de Scyllix, o guardião das águias que mantêm um forte elo místico com os moradores do Castelo.

Enquanto se habitua à nova vida e descobre em Kieran um poço de sentimentos confusos e turbulentos, uma exigência do Conselho de Guerra das Terras Férteis põe em risco a vida e a liberdade das águias. Com o apoio de Kieran, Anna lutará para preservá-las, desvendando uma trama de conspiração e segredos que envolvem importantes magos do Castelo.

Editora: Draco
Gênero: Fantasia
Ano: 2011
Páginas: 192



O Castelo das águias é o primeiro romance de uma série da escritora Ana Lúcia Merege, passado no mundo ficcional de Athelgard.

O Castelo das Águias
A magia está em todos nós

Sempre me deparei com esse livro na internet, todas as vezes sendo alvo de muitos elogios. Ao lê-lo, posso atestar que nenhum deles é exagero. Ana criou um universo novo, cheio de magia e diversidade cultural, com influência em diversas obras e mundos, mas com uma identidade própria e marcante.

A narrativa é elegante sem ser prolixa ou ininteligível, a trama se desenvolve em ritmo harmonioso. Somos apresentados a um grande número de personagens, com características distintas, cada qual com seu carisma. Claro que eu me confundi com tantos nomes, e alguns personagens se misturaram na minha cabeça, mas isso é uma deficiência minha, e não um problema da obra. Além disso, em nada me atrapalhou ou diminuiu meu prazer durante a leitura.

A trama, apesar de tratar da luta entre o bem e o mal, que é algo denso (eu acho), tem grande leveza, e a narração em primeira pessoa contribui para uma leitura mais dinâmica. Anna, a protagonista, está em um período de descobertas, e o leitor vive com ela cada momento, amadurecendo e aprendendo com a personagem.

Há um belo romance, que mostra as fragilidades da protagonista, sem medo de ressaltar sua imaturidade. Além da representação de valores como honra, amizade e cooperação. A relação com as águias também é tratada de forma interessante, e pode ser vista como uma analogia a muitos vícios que a nossa humanidade mantém e se recusa a expurgar.

O final é o esperado, mas nem por isso perde seu brilho. As palavras estão todas onde deveriam estar, o que torna tudo mais atraente. O epílogo encerra de forma singela, deixando uma vontade de acompanhar os acontecimentos mais um pouco, o que não acontece. Melhor assim, pois estimula a imaginação do leitor a fluir por caminhos inesperados, quiçá inexplorados.

Leitura recomendada para os amantes de fantasia e apreciadores de um texto escrito com competência e bom gosto. Leia!


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