domingo, 6 de outubro de 2013

RESENHA: JULIETTE SOCIETY



ATENÇÃO, SE VOCÊ TEM MENOS DE 18 ANOS, ESSE TEXTO NÃO É RECOMENDADO. LEIA POR CONTA E RISCO!








Se eu te contasse que existe um clube secreto, cujos membros pertencem à classe mais poderosa da sociedade – banqueiros, milionários, magnatas da mídia, CEO’s, advogados, autoridades, traficantes de armas, militares condecorados, políticos, oficiais do governo e até mesmo o alto clero da Igreja Católica –, você acreditaria? Este clube se reúne sem regularidade, em um local secreto. Às vezes em locais distantes e às vezes escondidos. Mas jamais duas vezes no mesmo lugar. Normalmente, nem mesmo duas vezes no mesmo fuso horário. E esses encontros, essas pessoas... não vamos enrolar, vamos chamá-las do que são, os Mestres do Universo. Ou o Braço Executivo do Sistema Solar. Então, essas pessoas, os Executivos, usam os encontros como uma válvula de escape do cansativo e estressante negócio de estragar ainda mais o mundo e criar novas maneiras sádicas e diabólicas de torturar, escravizar e empobrecer a população. E o que eles fazem em seu tempo livre, quando querem relaxar? Deveria ser óbvio. Eles fazem sexo.

A literatura erótica está em alta, não há como negar. Mas, ainda assim, sempre tive uma forte resistência a esse tipo de leitura, não por preconceito, nem tampouco por vergonha, apenas por falta de interesse, da mesma forma que não me interesso pelos romances de Nicholas Sparks, por exemplo. Contudo, quando tomei conhecimento que Sasha Grey lançaria um romance, confesso que a minha curiosidade se aguçou. Lí os dois primeiros capítulos disponibilizados pela Leya e me prendi. E isso foi uma grande surpresa.

Se você não conhece Sasha Grey, ou ainda não ligou o nome à pessoa, a autora tem apenas 25 anos, e, nesse pouco tempo de existência, participou de mais de uma centena de filmes pornográficos. Aposentada da carreira no cinema “adulto” desde 2011, Sasha atua como cineasta, escritora, fotógrafa, artista performática/transgressiva e musicista.

Agora que você já sabe quem é a autora, vamos ao que interessa.

O título da obra nos leva a crer que é uma história sobre uma sociedade secreta, mas nos engana completamente. “Julliete Society” não trata da Juliette Society, e sim de uma personagem: Catherine.

Catherine é uma jovem inteligente, em um relacionamento estável com seu amado namorado, estuda cinema e tem fantasias secretas com seu professor. A partir dessa premissa, acompanhamos uma série de acontecimentos que mudam o rumo de sua vida, e que trazem à tona suas fantasias mais ocultas e desconhecidas.

A escrita de Sasha é inteligente, fluída e cheia de referências interessantes, principalmente a grandes clássicos do cinema. A trama prende a atenção e tem um humor sagaz, cheio de sarcasmo e sem se reocupar em ser correto ou não.

As cenas de sexo são narradas sem descrições melosas e sem reservas. Não á termos polidos e rebuscados para descrever as cenas, elas são o que são, e é assim que Catherine as narra, como se contasse uma história para si mesma.

Quem espera um erotismo cheio de fantasias adolescentes ou experiências idealizadas por virgens de 30 anos, não leia esse livro. Quem espera uma mocinha doce e delicada e um mocinho viril e irritantemente perfeito, não leia, de forma alguma, esse livro. Mas se você gosta de conteúdo erótico, e deseja uma história recheada de sexo, mas sem deixar de contar uma boa história, é bem possível que goste de Juliette Society.

A capa brasileira trás o nome de Sasha Grey com a seguinte observação: Destinada a ser a próxima E.L. James. Pessoalmente, eu nunca li 50 tons, e não pretendo ler, mas por tudo o que já lí e ouvi a respeito, acredito que a autora de Juliette Society está em outro patamar, pois não se limita a reproduzir fantasias, mas cria uma trama cheia de suspense e segredos osbcuros. Além de ter muito mais gabarito para falar sobre sexo do que a senhora James. Veja só:


(...) Ele acelera. Gemo e ele investe com força, cada vez mais depressa, sem piedade, a um ritmo implacável, eu mantenho o ritmo de suas investidas. Ele pega a minha cabeça com as mãos, beija-me bruscamente e volta a morder meu lábio inferior com os dentes. Ele mudou um pouco e sinto que algo cresce no mais profundo de mim, como antes. Vou me pondo esticada à medida que me penetra uma e outra vez. Meu corpo treme, arqueio-me, estou banhada em suor. Oh, meu Deus... Eu não sabia que iria me sentir assim... Não sabia que a sensação podia ser tão agradável. Meus pensamentos se dispersam... Não há mais que sensações... Só ele... Só eu... Oh, por favor... Meu corpo fica rígido.
— Goze para mim, Ana, — ele sussurra sem fôlego...”(50 tons de cinza) (...)

(...) Acredito que a natureza deu a nós, homens e mulheres, múltiplos orifícios por uma boa razão. Para colocar e tirar coisas de lá. E eu pretendo usá-los todos, porque, caso contrário, não estaria fazendo bom uso do meu corpo, e isso seria um desperdício.
(...)
E é tão bom sentir meu cu sendo esticado e alargado por seu pau grosso e carnudo que ele me faz chegar lá. Eu sinto que vou gozar. Sinto que vou implodir(...)

Sasha Grey me surpreendeu. Apesar de não ser nenhuma obra prima, Juliette Society é uma ótima estréia. Em um português curto e grosso, é como um filme pornô com roteiro, e isso já é um grande feito.

(...) Essas pessoas, os Executivos, e não vamos usar eufemismos, são fodedores profissionais. Eles vão te foder para trepar contigo.  Eles vão te foder para ficar por cima. Eles vão foder com o seu dinheiro, sua liberdade e seu tempo. E eles vão continuar te fodendo até você estar a sete palmos do chão. E então vão te foder um pouco mais (...)




 

Leia abaixo uma previa do livro:

7 comentários:

  1. oi Samuel.
    curti muito a resenha. ainda não tive tempo de ler o livro (estou tentando, tentando mesmo estudar, rs), então estou postergando várias leituras.
    Eu já li 50 Tons. é bonitinho, picante, mas realmente não tem nada demais. é idealizado ao extremo e eu eu já ouvi poucas e boas por ter criticado na cara das que o consideram o melhor livro do mundo, rs. E como já estou familiarizada com literatura erótica, creio que vou gostas desse, mas vai ter que ficar pra depois mesmo, rs
    bjus

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    1. Eu nunca li nada do genero, acho que por isso achei que as cenas de sexo foram muitas, mas pra quem gosta...
      Eu queria ver ela escrevendo algo não erótico, acho que seria legal

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  2. Oi Samuel, primeira vez que entro aqui e adorei o layout *-*
    Então eu adorei o livro, ele me chamou a atenção por ser da Sasha rs. Pois sabia que seria algo diferente de 50 tons de cinzas.
    As cenas de sexo são bem presentes e detalhadas, mas para quem gosta do gênero (eu) está perfeito.
    Gostei bastante do final, nada muito sonhador, um desfecho bem interessante e mais realista.
    Juliette Society é algo tão provável, tão real.. Claro que não do modo que é descrito rs.

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    1. Definitivamente a literatura erótica não é minha predileta, mas acho que a Sasha fez algo diferente dos montes de livros parecidos que vieram com a moda.

      Obrigado pela visita, espero que volte mais vezes.

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    2. Particularmente, não é a minha também, mas o erotismo se for bem apresentado me chama a atenção.
      Eu sigo mais o estilo terror/suspense/fantasia. Mas conhecendo a Sasha de outroras, me aventurei no livro, pois imaginava que não seria mais do mesmo.

      Visitarei sim, pode deixar!

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  3. Livro excelente, Sasha tem um controle sobre a escrita q deixa claro q ela sabe o que as pessoas fantasiam dentro de si levando o leitor a desejar realizar as próprias fantasias ocultas

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  4. Li diversas críticas em busca de alguém que concordasse comigo, eu não vi nada demais no livro, não sei se eu não soube interpretar...mas não houve desenvolvimento da historia, e se eu for analisar bem, algumas coisas são bem sem sentido...Achei cansativo e massante de ler...

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