O país explode em
manifestações e protestos por todos os cantos. “O brasileiro acordou”, dizem
algumas pessoas, como se o marasmo de cidadãos conformados e incomodamente
acomodados tivesse chegado ao fim. Mas será que é essa a verdade?
Nos últimos dias, somos
testemunhas de uma onda de manifestações por todo o Brasil, fruto dos protestos
ocorridos em São Paulo contra o aumento das passagens de ônibus. E, realmente,
as tarifas do transporte público são demasiadamente salgadas, principalmente
quando se leva em conta a baixíssima qualidade dos serviços. No entanto, o que
eu vejo não é um país acordando e, finalmente, lutando pelos seus direitos. O
que eu vejo é uma onda de trapalhadas feitas por pessoas incapazes de se
organizar.
É fato que o ser humano é
idiota por natureza. Porém, quando esse espécime está em grupo, a idiotice
habitual toma proporções colossais, e suas atitudes passam a ser
deliberadamente estúpidas e inconsequentes. Temos sido testemunhas de uma
verdadeira guerra civil, onde os ditos “manifestantes” chegam de rostos
cobertos e portando bombas caseiras, depredando o patrimônio público e privado
e lutando contra a força policial.
A polícia tem usado de força
excessiva? Provavelmente sim. Mas isso não justifica que cidadãos saiam às ruas
e se comportem como bandidos, como terroristas. Além de tirar toda a razão do
protesto, as atitudes violentas estão longe de galgarem os objetivos
supostamente pretendidos.
Um ato que vise atingir
aqueles que nos oprimem e nos controlam tem de ser direcionado, e acertar onde dói.
Quando uma horda de “pacíficos” manifestantes fecham as ruas, param o trânsito,
chutam os carros, e destroem os ônibus, não estão atingindo ninguém senão eles
mesmos. O único efeito obtido é o prejuízo do direito de ir e vir dos cidadãos,
dos contribuintes que financiam os serviços parcos que nos são oferecidos por
governos displicentes. Enquanto os protestantes perfazem o caos nos grandes
centros urbanos, “tocando o terror” e pousando de revolucionários para a mídia.
Os corruptos, responsáveis pelas mazelas que assolam o povo, assistem tudo
confortavelmente em suas salas climatizadas em uma bela tela de 50 polegadas.
O que vemos nas ruas não é
revolução, é puramente terrorismo, e fruto de uma juventude ignorante e
desorganizada que deseja ser vista como atuante, quando continua tão alienada
quanto a população alemã que adorava a Hitler como se esse fosse o novo Messias.
O único calo que dói no
poder opressor não está nos pés, mas nos bolsos. Enquanto as grandes
corporações manipularem as massas, enquanto o futebol for mais importante que a
cultura, enquanto o assistencialismo for mais importante que a educação, todo e
qualquer protesto mal pensado e mal executado será inútil.
O brasileiro foi para as
ruas, certo. Mas continua se vestindo de acordo com a moda, continua comprando tênis
que custam mais que seu salário, continua preferindo assistir a novela das nove
a ler um livro, continua julgando o outro e se esquecendo de olhar seu próprio
umbigo.
É fácil levantar cartazes e
agir como animais. Porém, somente com sabedoria nos livraremos das amarras que
nos mantém alienados. Saímos nas ruas para gritar contra tudo e todos. E no
próximo ano depositamos nossa ignorância na urna eleitoral, mantendo o Status Quo e jogando contra nós mesmos.
E quando toda a poeira
baixar, é dos nossos bolsos que saíram o dinheiro para repor os ônibus
vandalizados, as vidraças quebradas e as balas de borracha disparadas.
“O Brasil saiu da inércia”, é
o que se ouve falar, mas caminhar em direção ao nada é bem mais estúpido do que
parar e pensar antes de partir para uma jornada.
Eu concordo com sua postagem. Eu fico imaginando : " Céus, mais de 100 mil pessoas, quanta gente. Será isso vai acabar em alguma coisa boa?". Eu acredito que tudo ficará como antes quando essa "onda" de protestos for se acalmando.
ResponderExcluirBelíssimo texto. Esse é meu blog,deixarei uma postagem aqui
http://lovewiltearusapart.blogspot.com.br/2011/02/alarme-para-o-despertar.html
Eu queria acreditar que isso significa alguma coisa, mas ainda estou incrédulo com as manifestações. Peço a Deus que eu esteja errado
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