quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Resenha: Eu Robô - Isaac Asimov


  Publicada originalmente no blog Meu Mundinho Fictício

Isaac Asimov vive circulando pelo espaço, achando histórias em estrelas e planetas distantes e nos visitando de vez em quando. O que poderia ser só uma licença poética para descrever seu ofício de autor de ficção científica é a mais pura verdade desde que um asteróide foi batizado com seu nome. Poucas honras poderiam ser maiores para um autor do gênero, e Asimov ainda tem outras: recebeu da Associação Americana de Escritores de Ficção Científica o título de Grande Mestre e escreveu quase 500 livros. Eu, robô é parte de uma das três grandes séries de Asimov ? Robôs, Fundação e Império. Retoma uma das personagens principais, a grande roboticista Susan Calvin, e a faz contar, em retrospecto, histórias que resumem a evolução da robótica. A narrativa engenhosa conduz o leitor com um didatismo disfarçado: levados pela imaginação e pelo humor de Asimov, nem nos damos conta da lição de história da robótica que acabamos aprendendo. Entre a babá da primeira história e a Máquina, com maiúscula, que controla toda a Terra, na última, há ainda espaço para robôs que enlouquecem, que fazem piadas, que lêem pensamentos e até robôs orgulhosos de serem mais espertos do que os seres humanos.. Eu robô também apresenta as três leis da robótica, outro alicerce da ficção científica. De acordo com elas, a primeira obrigação de um robô é proteger seres humanos, a segunda é obedecer às ordens de humanos e a terceira é se proteger. A aparente simplicidade esconde os numerosos conflitos que podem surgir, e servem de mote para mais de uma história.


Ano: 2012
Editora: Nova Fronteira
Categoria: Ficção Científica


Eu, robô
Asimov é genial

Em primeiro lugar, se você viu “Eu, robô” em uma estante de livraria e associou ao filme estrelado por Will Smith, volte à livraria e folheie o livro, leia a sinopse, pois as duas obras são coisas totalmente diferentes. O filme é inspirado pelas 3 leis da robótica criadas por Asimov nesse livro, mas as semelhanças ficam por aí, já que o enredo do filme é totalmente alheio aos casos contados no livro.

Através dos relatos da Dra Susan Calvin, acompanhamos vários casos pontuais relacionados aos robôs e conflitos envolvendo as 3 leis da robótica. Asimov cria situações extremamente complexas e a solução dos conflitos se apresenta apenas depois de tentativas à exaustão do uso da lógica.

O universo criado pelo autor, de um futuro onde os robôs são uma realidade, é assustadoramente verossímil, ainda que extremamente fantástico. Cada relato é carregado não somente de conceitos científicos, mas de uma profunda análise do comportamento humano, a partir dos atos praticados pelos robôs na tentativa incessante de cumprir as 3 leis e de replicar as características humanas, e a partir das reações das pessoas envolvidas com esses séries robóticos complexos e inacreditáveis.
 
Cada capítulo é envolvente e instigante, e as explanações sobre a robótica, ainda que técnicas, jamais são cansativas ou incompreensíveis.

Ao término da leitura fica uma sensação de perplexidade diante da humanidade frente à perfeição das máquinas, e um gostinho de quero mais. Ainda bem que Asimov tem uma extensa obra para ser devorada sem contra-indicações.

E se o primeiro parágrafo te fez acreditar que Eu,robô, o filme, é uma obra ruim, não foi a intenção, pois é um grande filme, e também merece ser apreciado.


Assista o trailer do filme


Um comentário:

  1. Já li uns dois livros do autor, mas a escrita dele não faz muito meu gênero. Meu sobrinho leu esse livro e já tinha me falado sobre isso de não parecer com o filme.

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