Publicada originalmente no blog Meu Mundinho Fictício
Isaac
Asimov vive circulando pelo espaço, achando histórias em estrelas e planetas
distantes e nos visitando de vez em quando. O que poderia ser só uma licença
poética para descrever seu ofício de autor de ficção científica é a mais pura
verdade desde que um asteróide foi batizado com seu nome. Poucas honras
poderiam ser maiores para um autor do gênero, e Asimov ainda tem outras:
recebeu da Associação Americana de Escritores de Ficção Científica o título de
Grande Mestre e escreveu quase 500 livros. Eu, robô é parte de uma das três
grandes séries de Asimov ? Robôs, Fundação e Império. Retoma uma das
personagens principais, a grande roboticista Susan Calvin, e a faz contar, em
retrospecto, histórias que resumem a evolução da robótica. A narrativa
engenhosa conduz o leitor com um didatismo disfarçado: levados pela imaginação
e pelo humor de Asimov, nem nos damos conta da lição de história da robótica
que acabamos aprendendo. Entre a babá da primeira história e a Máquina, com
maiúscula, que controla toda a Terra, na última, há ainda espaço para robôs que
enlouquecem, que fazem piadas, que lêem pensamentos e até robôs orgulhosos de
serem mais espertos do que os seres humanos.. Eu robô também apresenta as três
leis da robótica, outro alicerce da ficção científica. De acordo com elas, a
primeira obrigação de um robô é proteger seres humanos, a segunda é obedecer às
ordens de humanos e a terceira é se proteger. A aparente simplicidade esconde
os numerosos conflitos que podem surgir, e servem de mote para mais de uma história.
Ano: 2012
Editora: Nova
Fronteira
Categoria: Ficção Científica
Eu, robô
Asimov é genial
Em primeiro lugar,
se você viu “Eu, robô” em uma estante de livraria e associou ao filme estrelado
por Will Smith, volte à livraria e folheie o livro, leia a sinopse, pois as
duas obras são coisas totalmente diferentes. O filme é inspirado pelas 3 leis
da robótica criadas por Asimov nesse livro, mas as semelhanças ficam por aí, já
que o enredo do filme é totalmente alheio aos casos contados no livro.
Através dos relatos
da Dra Susan Calvin, acompanhamos vários casos pontuais relacionados aos robôs
e conflitos envolvendo as 3 leis da robótica. Asimov cria situações
extremamente complexas e a solução dos conflitos se apresenta apenas depois de
tentativas à exaustão do uso da lógica.
O universo criado
pelo autor, de um futuro onde os robôs são uma realidade, é assustadoramente
verossímil, ainda que extremamente fantástico. Cada relato é carregado não
somente de conceitos científicos, mas de uma profunda análise do comportamento
humano, a partir dos atos praticados pelos robôs na tentativa incessante de cumprir
as 3 leis e de replicar as características humanas, e a partir das reações das
pessoas envolvidas com esses séries robóticos complexos e inacreditáveis.
Cada capítulo é
envolvente e instigante, e as explanações sobre a robótica, ainda que técnicas,
jamais são cansativas ou incompreensíveis.
Ao término da
leitura fica uma sensação de perplexidade diante da humanidade frente à
perfeição das máquinas, e um gostinho de quero mais. Ainda bem que Asimov tem
uma extensa obra para ser devorada sem contra-indicações.
E se o primeiro
parágrafo te fez acreditar que Eu,robô, o filme, é uma obra ruim, não foi a
intenção, pois é um grande filme, e também merece ser apreciado.
Assista o trailer
do filme
Já li uns dois livros do autor, mas a escrita dele não faz muito meu gênero. Meu sobrinho leu esse livro e já tinha me falado sobre isso de não parecer com o filme.
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